Homem vai a júri por estupro e feminicídio de adolescente indígena em Redentora
Crime ocorreu em 2021 e julgamento acontece nesta quinta-feira em Coronel Bicaco
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Teve início às 8 horas desta quinta-feira, 13, no Foro da Comarca de Coronel Bicaco, o julgamento de um homem de 36 anos, denunciado pelo Ministério Público do Rio Grande do Sul (MPRS), pelo estupro e feminicídio da adolescente indígena Daiane Griá Sales, de 14 anos. O crime ocorreu em agosto de 2021, no município de Redentora, na região Noroeste do Estado.
O réu, que segue preso preventivamente, responde por homicídio qualificado por feminicídio, motivo torpe, fútil, dissimulação e recurso que dificultou a defesa da vítima. Além disso, o estupro de vulnerável será julgado como crime conexo, uma vez que, segundo a denúncia, o homicídio foi cometido para garantir a impunidade do abuso sexual.
O crime
De acordo com o MPRS, Daiane estava em uma região onde ocorriam eventos e aceitou uma carona do acusado para retornar à reserva indígena onde residia. No entanto, ele desviou o caminho e a levou até uma lavoura, onde cometeu os crimes.
O julgamento
O júri contará com o depoimento de 11 testemunhas, além do interrogatório do réu. A acusação será conduzida pelas promotoras de Justiça Jaquiline Liz Staub, da Comarca, e Lúcia Helena Callegari, do Núcleo de Apoio ao Júri (NAJ) do MPRS.
A promotora Jaquiline reforça que “o Ministério Público espera a condenação porque as provas demonstram de forma contundente que o réu é o autor dos crimes”. Já Lúcia Callegari destaca a importância do caso:
“Uma mãe não merece receber o corpo de uma adolescente de 14 anos, uma menina que está começando a vida, que tem todo um futuro, nas condições que foram recebidas. Foi um crime extremamente brutal, e a comunidade indígena, que talvez pensasse que não ia ser dada a devida importância, pode ter a certeza de que as vidas indígenas importam. Qualquer vida importa.”
O caso gerou forte comoção na região, e a expectativa é de um julgamento que traga justiça à memória da vítima e sua família.
Grupo GT Guarita pela vida realiza protesto em frente ao Foro
Logo após o crime foi criado um GT denominado de GT Guarita pela vida com o lema "MEU CORPO MEU TERRITÓRIO". O objetivo desse GT é debater ações de violência contra mulheres, crianças e adolescentes Indígenas, bem como, forçar o estado Brasileiro a elaboração de políticas públicas que ajudem a combater essa onda de violência contra as populações indígenas.
O grupo está presente no julgamento e na expectativa de que nesta quinta-feira saia uma definição sobre os quase quatro anos de espera
Fonte: LAMAIS
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